Professora, por quê?
Há muito tempo me perguntam por que é que escolhi esta profissão. Mas, para ser honesta, acredito que foi ela que me escolheu.
Desde pequena sempre gostei de brincar de "escolinha". Cresci vendo minha mãe e outras pessoas da família trilharem os árduos caminhos da Educação. Mas, para falar a verdade, nada disso me fez tomar a decisão de seguir este rumo.
Sempre adorei a escola, era meu lugar favorito da vida!
Nem sempre fui a melhor aluna, mas gostava de todas as matérias (exceto, acredite se quiser, a Educação Física!). Sempre gostei muito de escrever, sempre tive uma imaginação fértil e sempre me encantei com aquele monte de coisas que eu aprendia e que me fazia ver o quanto eu ainda tinha por aprender.
Saber o quanto eu ainda não sabia foi o que sempre me motivou. O desejo, que carrego comigo até hoje, sempre foi o de saber cada vez mais. Não por arrogância, ou para me tornar uma "enciclopédia ambulante" (o que, aliás, não serve para nada, mas vejo muita gente e muita escola acreditar que sim). Meu desejo sempre foi superar a mim mesma, superar as dificuldades e a realidade de onde eu vim.
Saber que no mundo há tantas coisas, tantas realidades diferentes da minha, tantos pensamentos diferentes dos meus, tantas curiosidades e conhecimento me esperando para dar uma bisbilhotada me encantou e me encanta até os dias atuais.
A literatura sempre esteve presente em minha vida. Foi com ela que aprendi a ler e a escrever, meio com ajuda, meio que sozinha, até que me vi, aos quatro anos, lendo e escrevendo meu nome com letra cursiva. Sim, sei que esta é uma situação polêmica, mas este assunto fica para outra hora.
O que importa é que foi através da literatura, do ler e do escrever, que eu visitei e criei diversos outros mundos. E me apaixonei por eles. Por essa possibilidade de conhecer, pela infinitude do conhecimento que, por mais que qualquer ser humano se esforce, nunca, nunca termina.
E assim fui crescendo até que me vi, aos 17 anos, diante de um computador, prontinha para fazer minha inscrição no vestibular. Por ser muito boa em Matemática e Física (vai entender!), acreditei por muito tempo que seguiria algo no caminho das Exatas. Mas naquele momento, diante do computador, me fiz uma das perguntas mais importantes da minha vida:
"Qual é o lugar do mundo em que eu mais gosto de estar?"
"Na escola." - respondi para mim mesma, sem hesitar.
E foi aí que a mágica aconteceu. Naquela imensa lista de possibilidades, selecionei a palavra Pedagogia, a mais próxima de "escola" que eu reconheci.
"Na pior das hipóteses, posso mudar depois, se eu não gostar!" - pensei.
Pobre de mim. A Escola e a profissão de educadora já haviam me escolhido. Ao passar no vestibular, cursei o primeiro semestre como uma gazela que anseia por água! Me apaixonei. Me encantei. Me descobri. Me permiti. Me respeitei.
E hoje, não posso dizer que a decisão que tomei foi a mais fácil. Dura, muito dura e sofrida é a minha profissão. Mas, com toda a certeza do mundo, é a profissão que eu amo e que me faz refletir todos os dias sobre como sou privilegiada pela minha identificação com ela e por ter sido escolhida.
E foi assim que me tornei professora?
Claro que não!
Ser professora é muito, muito mais do que escolher uma profissão ou cursar o Ensino Superior. Ser professora é o resultado de cada experiência, de cada leitura, de cada aprendizagem, de cada trajeto, de cada contato com cada aluno, com cada pai, com cada colega de profissão, com cada ser humano e com cada desafio que se apresenta diante de nós quando escolhemos e seguimos os caminhos dessa profissão.
Aliás, é para isso que este blog existe. Para compartilhar um pouquinho, um "micropouquinho" do que a profissão e as experiências que vivi me ensinaram.
E você? É professor? Gestor? Pai de aluno? Ou só curioso, mesmo?
Apresente-se aqui nos comentários para eu te conhecer melhor e, assim, saber um pouco mais de quem me visitou, já que você que está lendo o que escrevi sabe tanto sobre mim! 😉

Contato do Instagram para acompanhar também por lá: @profa.biaventuri ❤📚💻👩🏫👩💻
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